quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma Viagem em busca de um sonho de liberdade - Quinta Etapa

A luta pelos Direitos Civis... mais um ingrediente é adicionado a causa.
Na década de 1960, o conflito entre católicos e protestantes se agrava. A partir de então o principal motivo destes conflitos é a intransigência da maioria protestante, reunida no conservador partido Unionista, em conceder igualdade de direitos à minoria católica.
Quando em 1967, a comunidade católica funda a Associação dos Direitos Civis (NICRA – do Inglês Norther Ireland Civil Rights Association), o IRA a principio se omite.
As mobilizações e passeatas pelos direitos civis tiveram início pacífico, porém grupos Unionistas começaram a empregar a força bruta com o objetivo de impedir as manifestações públicas. O choque se tornou inevitável.

Mural pelos direitos civis (http://www.viski.com)

Quando partir do inicio de 1969, a violência se torna rotina nas principais ruas das principais cidades da Irlanda do Norte, especialmente em Londonderry e em Belfalt, uma parte do IRA também se radicaliza. Ocorre uma divisão dentro do IRA e nasce o letal IRA Provisório (PIRA), em oposição ao IRA Oficial.
Em 30 de Janeiro de 1972, um domingo, uma marcha pacífica pelos direitos civis, em Londonderry, foi brutalmente reprimida por uma tropa de pára-quedistas do exército britânico. Manifestantes civis desarmados foram mortos  (dependendo da fonte, o número varia entre 13 e 26), e muitos outros ficaram feridos. Este confronto terá grande repercussão internacional e entrará para a história como “Bloody Sunday” (Domingo sangrento).
O episódio do Bloody Sunday vai fortalecer o IRA, que estava com a popularidade em baixa nesta época. O povo passa a apoiá-lo. Muitos voluntários se apresentam para integrar as forças do IRA. O IRA passa a apoiar abertamente o Movimento pelos Direitos Civis e utilizará o Bloody Sunday como justificativa para vários ataques de represaria contra o governo Britânico. Belfast vira um campo de guerra. O governo Britânico reage retirando o controle de segurança e a autoridade do Governo Irlandês que passa a ser comandado por Londres.
No decorrer das décadas de 1970 e 1980, a luta continuou. Em 1984 o IRA tentou assassinar a então primeira ministra Margareth Thatcher.
Em 1994, o IRA anunciou um cessar-fogo. As negociações entre britânicos e irlandeses arrastaram-se até janeiro de 1996. Em fevereiro do mesmo ano o IRA explodiu uma bomba no centro financeiro de Londres, colocando um fim à trégua e retomando a campanha terrorista.
Em 1997 as negociações de paz retomaram. O IRA anuncia novo cessar-fogo.

Em abril de 1998 um novo acordo de paz assinado entre a Grã-Bretanha, e os Irlandeses do Norte, incluindo o IRA, restabelece a autoridade política do governo de Belfast. Também pelo acordo presos políticos são libertados e o IRA deve depor suas armas.
Uma facção do IRA, entretanto, não concorda em depor as armas e provoca novos atentados.
No final de 2001, o IRA começa a desfazer seu arsenal bélico.
No dia 28 de julho de 2005 o IRA, renuncia oficialmente á luta armada. Declarou também que prosseguiria com sua luta pela unificação da região com a República da Irlanda pela "via política". 


Em 8 de maio de 2007, uma histórica cerimônia em Belfast deu início a um novo governo de união na província britânica da Irlanda do Norte. Depois de tantos anos de conflitos sanguinolentos, os protestantes do Partido Unionista Democrático e os católicos do Sinn Fein concordaram em dividir o poder. O acerto tem a bênção da Inglaterra, que ainda administra a Irlanda do Norte.




Referências Bibliográficas

FERRITER, Diarmaid. Ireland in the Twentieth Century. Disponível em: http://www.gov.ie/en/essays/twentieth.html acesso em 21 outubro 2010.
JOANNON, Pierre. Michel Collins – O Preço da Liberdade. Revista História Viva edição 62. Dezembro 2008. Disponível em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/michael_collins_-_o_preco_da_liberdade_imprimir.html acesso em: 20 outubro 2010.
SOUZA BONUGLI, Marcus Vinicius. The Green Book: O conteúdo nacionalista nos manuais de conduta do IRA – Novembro de 2008. (Trabalho de conclusão de curso de História). Instituto de Filosofia e Ciência Humanas, Universidade federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/16049/000691758.pdf?sequence=1, acesso em: 17 outubro 2010.
VISACRO, Alessandro. A jornada do IRA. In: Guerra irregular: Terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da história. Contexto. 2009
THE TOUBLES, 1963 to 1985, BBC History, publicado em: 2007-02-01. Disponível em http://www.bbc.co.uk/history/recent/troubles/the_troubles_article_02.shtml, acesso em: 14 outubro 2010.

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